O advogado sempre encontra pela frente uma situação difícil de ser conduzida. Por um lado, existe um cliente que precisa dos seus serviços para resolver pendências, na maior parte das vezes, de seriedade e comprometimento incomuns. Por outro lado, pode encontrar um cliente que sempre procura minimizar o problema para ter um custo menor e não precisar gastar tanto para cuidar do caso.
Discussão sobre os honorários advocatícios
Na hora de discutir os honorários com o cliente, quando se trata de um cliente do tipo barganhador, o advogado encontra uma pessoa que apenas reclama de sua condição financeira, que possui tantas e tantas obrigações e que vê-se às voltas com uma situação que exigiu a presença de um advogado e que isso vai atrapalhar toda sua vida financeira. Enfim, uma conversa que é preciso enfrentar com a mente fria e tranquila, evitando envolvimento pessoal.
Em boa parte dos casos, inclusive, os clientes barganhadores são exatamente aqueles que podem pagar, que possuem condições para isso, mas que evitam aplicar o dinheiro na solução dos problemas, considerando que o advogado mais precisa dele do que ele do advogado.
Como agir com esses clientes barganhadores?
Em situações como essa, o advogado não deve agir como se estivesse advogando em causa própria, defendendo seus interesses de sobrevivência, mas, sim, como o profissional que pode solucionar o problema do cliente dentro das condições estipuladas e cobrando pelos seus serviços de maneira digna e honesta.
Esta é exatamente a hora em que não pode aviltar a profissão, nem pode se deixar levar por um convencimento de uma situação, devido ao “discurso” do cliente que, em muitas vezes, está mesmo “forjando” uma história, sempre com o objetivo de conseguir a barganha e reduzir seus gastos.
Mostrar ao cliente as necessidades e os trâmites do processo, quando lhe é apresentado o problema a ser resolvido, é o caminho mais fácil para o advogado.
Deve-se lembrar ao cliente que, nos processos encaminhados à justiça, qualquer deslize do advogado pode prejudicar o resultado, o que demanda atenção e concentração redobrada e, mais do que isso, ressalte o conhecimento necessário para providenciar todos os detalhes dos procedimentos burocráticos exigidos pela legislação.
Se a tentativa de barganha continuar, a maneira mais simples e fácil é apresentar os valores mínimos apresentados na tabela de honorários da Ordem dos Advogados do Brasil, esclarecendo que se trata de um serviço especializado, que exige, além da responsabilidade, o compromisso e o conhecimento do advogado para alcançar o resultado esperado.
Não ao aviltamento!
Para o advogado que quer ver sua profissão respeitada não pode haver, desde o início, a pretensão de fechar um contrato simplesmente para ter o cliente, mas sim de saber que poderá conduzir o processo com o afinco e o empenho necessários para ter um bom resultado.
O que não deve ser feito por um advogado que busca credibilidade é submeter-se a preços e contratos abaixo de valores dignos, colocando-se sempre na condição de um profissional que tem o seu próprio valor e conceitos e que tem o necessário conhecimento de causa para apresentar valores condizentes com o trabalho que deve ser executado.
A advocacia é uma profissão que requer tempo e dedicação, que possui custos altos e que requer máxima atenção em todos os trâmites dos processos.
O advogado deve ter em mente que sua carreira poderá depender de tudo o que estiver fazendo no momento em que está fazendo e, por isso, todo trabalho deve ser executado da melhor maneira possível.
Finalmente, é preciso fazer o cliente entender que, como advogado, você está cobrando pelo seu conhecimento e pela sua experiência na solução dos problemas e que isso demandou tempo, estudos, dedicação e vontade de sua parte para chegar onde chegou. A aceitação de condições impostas por clientes barganhadores, no mínimo, irá fazer cair esse patamar e isso não é nada interessante para sua carreira. Deixar-se levar por essas situações só o levará ao aviltamento de sua própria profissão.
O que você pensa sobre o aviltamento da profissão? Já precisou lidar com algum cliente barganhador?