A charge abaixo foi publicada no jornal “O Globo” no último dia 20 de janeiro, produzida e assinada por Chico Caruso. A publicação, imediatamente, recebeu duras críticas, tanto de entidades quanto de advogados.
Críticas à charge
Um texto publicado no Facebook pelo deputado federal Wadih Damous, ex-presidente da OAB do Rio de Janeiro, colocou toda a sua insatisfação, afirmando que a charge era uma afronta e um desrespeito aos advogados. A íntegra da publicação pode ser vista neste link.
A OAB do Rio de Janeiro, em resposta à charge, afirmando que os advogados brasileiros lutaram muito para garantir o direito de defesa e o direito à liberdade, afirmando que isso vale, inclusive, para o direito de “se dizer tolices”.
Charge inspirada na Operação Lava Jato
O episódio que inspirou a charge de Chico Caruso, é claro, teve a ver com um fato ocorrido dias antes, o manifesto publicado por dezenas de advogados, onde eles criticam o “regime de supressão episódica de direitos e garantias na operação Lava Jato”.
Entenda melhor…
Vamos por partes: é certo que a operação Lava Jato está encravada na garganta dos brasileiros. A população está cansada de ver episódios de prende e solta, recursos e de defesas que buscam apenas protelar a finalização de um processo.
O que temos, de palpável, é uma situação com roubos e desvios de verbas que perfazem o montante de R$ 6 bilhões, pelo menos no que foi apurado até agora. E o caso merece a atenção e merece também a dedicação dos advogados, juízes e promotores públicos envolvidos, que estão seriamente empenhados em resolver a situação imposta.
Por outro lado, o que temos é uma legislação com muitas brechas, que possibilitam aos advogados dos acusados buscarem meios de protelar, de interferir, de atrapalhar o andamento desses processos.
O que podemos criticar em Chico Caruso: a atitude dos advogados, que possuem meios para burlar a justiça ou a situação esdrúxula da legislação brasileira, que permite a esses advogados ficarem “do lado dos bandidos”?
Evidentemente, esses advogados estão sendo pagos para fazer um bom trabalho. E não podemos entrar no mérito de que estejam recebendo pagamento de dinheiro provindo de propinas e desvios: estão recebendo pelo trabalho que estão fazendo.
No momento em que os legisladores se debruçarem seriamente sobre a legislação, trazendo à tona meios de punir os infratores e criminosos da forma como merecem, certamente não teremos esse tipo situação constrangedora aos advogados. Talvez tenhamos, sim, um aplauso à OAB em sua charge publicada como resposta. Afinal, é nossa maior obrigação lutar por esta posição!
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