Sabemos que a tabela da OAB define uma média para a precificação do trabalho em um escritório de advocacia. O valor jamais deverá ser inferior ao valor fixado na tabela, para não desvalorizar o trabalho da categoria, mas outros fatores devem ser levados em consideração na hora de precificar o serviço do advogado.
Confira abaixo uma lista com alguns cuidados que devem ser tomados antes de definir o valor que você irá cobrar para atender.
Valor da mão de obra
Antes de definir o valor cobrado no contrato deve-se considerar qual é a mão de obra direta do escritório e/ou profissional que vai trabalhar na causa. Sejam advogados ou estagiários, toda a equipe envolvida no processo deve ser contada na hora da precificação, considerando quanto tempo levará em média para que o caso seja atendido, qual a complexidade do caso e qual profissional vai tomar conta.
Além disso, é preciso constar no preço qual será o tempo mensal de consultoria que o profissional vai disponibilizar para o cliente, criando assim uma atmosfera de trabalho mais organizada.
Despesas fixas
São consideradas despesas fixas as contas de luz, água, aluguel, manutenção de equipamentos, entre outras. Quando um novo cliente chega ao escritório é preciso considerar na hora de precificar o contrato qual vai ser a porcentagem em cima dele que servirá para sanar as despesas fixas.
Não é possível depositar todo o custo fixo em cima de apenas um cliente, por isso uma análise precisa ser feita e o custo deverá ser dividido entre os clientes atuais, podendo ser uma divisão por processo ou até mesmo por quantidade de horas que serão disponibilizadas para o atendimento de determinado cliente. O cliente deve estar ciente de qual será o valor cobrado, por isso deverá estar bem definido.
Impostos
Quando um novo cliente ingressa no escritório os impostos pagos sobre o serviço prestado aumentam, por isso o preço de impostos deverá ser incluído na hora de firmar o contrato e definir o preço cobrado.
Quanto mais clientes uma empresa tem, maior é o seu imposto, que é calculado através de uma porcentagem, logo é necessário analisar essa porcentagem e entender qual é a adição a ser feita devido a entrada de mais um cliente. Quando uma nota fiscal é emitida, ela possui um valor tributário, por isso não fica difícil definir o preço que será cobrado do cliente, mas sim repassar o custo tributário do serviço prestado.
Lucro
Assim como qualquer empresa é necessário que lucros sejam incluídos no cálculo de precificação. Quando o pagamento das despesas fixas, dos impostos e da mão de obra é feito pelo próprio cliente, já se pode considerar um negócio que dá lucros, mas também existe a possibilidade de adicionar ao valor um porcentual de lucro, que agrega todos os fatores já citados a cima, como o tempo de disposição para o atendimento do cliente até a quantidade de profissionais envolvidos no processo. A ética é fundamental na hora de fixar o percentual de lucratividade.
Não é tão simples quanto nas outras profissões precificar o trabalho do advogado. Muitos fatores estão envolvidos, que valorizam a carreira do profissional e aumentam a motivação pessoal, por isso é preciso ter total ciência dos números da sua empresa para ver se ela está obtendo lucro ou se é necessária alguma modificação estratégica para um serviço de maior qualidade.