Precificar os próprios honorários muitas vezes torna-se uma tarefa desagradável, principalmente quando está começando a atuar como advogado. É preciso deixar claro ao cliente, no entanto, que esta é uma necessidade para a sobrevivência do escritório, mostrando por a + b porque os honorários estão sendo cobrados no montante apresentado.
Um ponto básico aconselhado pelas instituições é estabelecer uma fórmula, onde entram os custos do serviço, as despesas geradas pelo processo e, por fim, a lucratividade do advogado.
Como compor o custo do serviço para precificar os honorários
O custo de serviço deve levar em conta a atividade intelectual, tendo como base o valor do bem almejado pelo cliente, o tempo de execução do trabalho e a complexidade jurídica do processo. É preciso lembrar que o trabalho intelectual deve ser remunerado sem pensar na lucratividade, considerando-se o tempo e a complexidade da causa que será estudada.
Os custos do processo são os considerados custos fixos, custos variáveis e custos ocultos, que devem ser considerados como os gastos comuns do escritório, fazendo uma regra de três com base no processo que será criado para o cliente. Para fazer isso, basta montar uma tabela no Excel, dividindo os custos pelos clientes, buscando fazer a distribuição da melhor maneira possível, lembrando que os custos fixos incidem sobre todos os clientes e os variáveis e ocultos variando conforme o caso.
Considere como custos fixos o aluguel, a folha de pagamento, as contas de consumo, como energia, água, internet, etc., e os variáveis e ocultos como material de escritório, telefone, publicações, pesquisa, memorando e relatórios, por exemplo.
Uma alternativa é fixar a taxa de manutenção do processo, cobrando mensalmente uma quantia do cliente, ou mesmo, dependendo do caso, estabelecer um valor único para um processo de longo prazo. Esse dinheiro deve ser arrecadado de forma a pagar as contas do escritório, compensando os custos futuros.
O advogado não deve se esquecer de, na hora de precificar os honorários, fazer o cálculo dos tributos que serão recolhidos. Para conhecer esse valor basta aplicar o percentual dos impostos aos honorários.
Lucratividade
Enquanto o advogado deve se lembrar de que todos os custos devem ser de responsabilidade do cliente, é preciso também levar em conta a lucratividade do seu trabalho, já que essa é sua remuneração.
O lucro deve ser fixado aplicando um percentual sobre o valor dos custos do processo, devendo estar adequada ao serviço praticado. Se o processo teve a participação de um colega de trabalho, isso também deve ser levado em conta.
O importante, para o advogado, é sempre ter uma margem de lucro que possa ser negociável, já que os custos não podem ser. Em todos os casos, no entanto, é preciso estar atento ao risco de inadimplência e às possibilidades de êxito no processo.
Além disso tudo, o advogado também precisa considerar o marketing positivo do processo já que, ao ter sucesso numa determinada causa, isso pode gerar um efeito positivo, trazendo novos clientes.
Essas dicas te ajudaram? Tem outra técnica para calcular seus honorários? Deixe sua opinião nos comentários.
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