Estamos iniciando esta série de julgamentos famosos. E o primeiro não poderia ser outro: Caso Richthofen, esse é o nome dado ao crime cometido por Suzana Von Richthofen e pelos irmãos Daniel e Cristian Cravinhos contra os pais de Suzane, Manfred e Marísia Richthofen em 31 de outubro de 2002.
O crime
Suzane e Daniel eram namorados desde 1999, mas o namoro não tinha o apoio das famílias, que proibiram o relacionamento. Os três, então, criaram um plano para simular um latrocínio e assassinar o casal Richthofen, premeditando ficar com a herança de Suzane.
O julgamento
O interesse popular pelo caso foi tão grande que houve até a intenção de transmitir o julgamento ao vivo, embora isso tenha sido negado. No entanto, mais de 5 mil pessoas se inscreveram para ocupar um dos 80 lugares disponíveis, congestionando a página do Tribunal de Justiça na internet.
A condenação
Suzane e Daniel foram condenados a 39 anos e 6 meses de prisão e Cristian a 38 anos e 6 meses. O julgamento ocorreu no dia 5 de junho de 2006, mas, diante de várias tentativas dos advogados de defesa, com manobras não esperadas, o julgamento ocorreu em 17 de julho de 2006, com a sentença sendo proferida em 22 de julho, demorando 5 dias.
A pena base foi de 16 anos e mais 4 anos pelos agravantes para cada uma das mortes, mas Suzane e Daniel tiveram a pena reduzida em um ano, Suzane por ser menor de 21 anos e Daniel pela confissão. Cristian também teve redução de um ano, por ter confessado o crime.
Reflexos do crime e do julgamento
Depois do caso encerrado na Justiça, o deputado federal Paulo Baltazar, do PSB do Rio de Janeiro, elaborou um Projeto de Lei que impede que condenados por crimes contra familiares tenham acesso ao espólio das vítimas.
O Projeto foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal em abril de 2006, aguardando aprovação do Senado. Junto com o Projeto também foi aprovado outro que tramitava em conjunto, e que exclui da herança quem matar ou tentar matar o cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente.
Mudança de Regime
Os irmãos Cravinhos saíram das manchetes, depois de presos, tendo recebido, em fevereiro de 2013, o direito de regime semiaberto, podendo sair de dia para trabalhar e retornar à prisão para dormir na parte da noite. Em maio de 2013 deixaram o presídio pela primeira vez desde 2006, após o período de quarentena da decisão do regime semiaberto, para visitar a família no Dia das Mães.
Suzana Richthofen, no entanto, continuou frequentando regularmente as manchetes. Na prisão, converteu-se para uma igreja evangélica, chegando a ser uma líder dentro da prisão. Depois, ao se apaixonar por Sandrão, uma condenada pelo sequestro e morte de um adolescente, com quem assinou um documento de reconhecimento afetivo, exigido dentro da prisão para mulheres que convivem em relacionamento afetivo.
Em outubro de 2015, Suzane, que está no presídio feminino de Tremembé, ganhou o direito de passar para o regime semiaberto, já que cumpriu mais de um sexto da pena. Mesmo com o novo regime, Suzane continua em Tremembé, por pedido da defesa, estando numa nova ala com capacidade para 78 detentas, que conta atualmente com 22 mulheres.
Esse caso ninguém esqueceu. Conta para nós sua opinião sobre a ação da justiça?