O uso da inteligência artificial já é uma realidade no Brasil. Seja para facilitar o diagnóstico médico, para ajudar o Ministério da Justiça a identificar crimes de lavagem de dinheiro ou para apoiar gestores na tomada de decisão estratégica em bancos e instituições da Justiça, as máquinas estão sendo usadas para analisar grandes volumes de dados e, a partir daí facilitar e otimizar o resultado do trabalho dos humanos. Agora, advogados brasileiros passam a contar com este recurso.
O uso da inteligência artificial pode melhorar a vida de milhares de advogados. Desenvolvido pela Softplan, o novo SAJ ADV incorporou o uso de IA para facilitar o dia a dia dos escritórios de advocacia e otimizar o tempo de trabalho, utilizando conceitos relacionados a Machine Learning e Deep Learning.
O ramo de Machine Learning se preocupa em como ensinar as máquinas a aprender. Uma das abordagens de ensino de máquinas é por meio de exemplos e regras. Outra abordagem que se destaca é o Deep Learning, que se baseia em Redes Neurais Artificiais. Nela as máquinas aprendem de forma semelhante a uma pessoa, ou seja, de forma autônoma.
Até então, os softwares para advogados careciam de soluções que possibilitavam aos advogados economizar tempo na execução de atividades cotidianas e repetitivas. No geral, essas ferramentas priorizavam a gestão de processos e a organização de atividades financeiras.
Ao assumir a execução de atividades repetitivas e deixar para os advogados apenas as atividades intelectuais e menos processuais, o SAJ ADV dá um passo adiante, com grande impacto na rotina dos escritórios, trazendo economia de tempo e liberando aos profissionais, para que se dediquem ao contato com clientes, elaboração de novas estratégias e atividades intelectuais — tudo o que não pode ser automatizado e depende da capacidade humana de construção de argumentos.
Definida como a ciência de desenvolver máquinas inteligentes, em 1955, com o passar do tempo, o conceito de IA foi aprimorado com novas definições, podendo ser entendida atualmente como o ramo da ciência da computação que estuda o comportamento inteligente e desenvolve os computadores para que realizem atividades que, até então, humanos fazem melhor. Entretanto, o ganho está na automatização e sistematização trazida pela IA.
Com o SAJ ADV dotado de recursos de IA, uma das atividades a ser automatizada é a leitura de intimações e distribuição de prazos. Em média, um advogado investe cerca de três minutos lendo uma intimação e decidindo qual ação tomar. Uma tarefa repetitiva e morosa para quem recebe muitas intimações. Em um escritório que recebe aproximadamente 20 por dia, advogados poderão economizar até uma hora diária de trabalho.
De acordo com o texto da intimação, previamente capturada dos diários oficiais, e histórico de tarefas criadas a partir das intimações, o SAJ ADV aprende quais atividades devem ser sugeridas. As sugestões com maiores probabilidades são exibidas logo abaixo do texto da intimação.
Ao clicar no nome da tarefa sugerida, o advogado será direcionado a tela de confirmação da criação da tarefa, economizando e otimizando o tempo de análise e lançamento de dados. Quanto mais tarefas o advogado criar, maior será a assertividade do sistema. Com o tempo, o software jurídico passa a sugerir as atividades de acordo com as características de cada cliente, se adaptando a forma de trabalho de cada escritório.
A IA pode ainda ser utilizada em diversos cenários na advocacia, como identificar e classificar movimentações processuais, colaborando com o advogado para identificar a fase em que o processo se encontra e determinar um tempo previsto para o processo; identificar a probabilidade de êxito ou perda de uma ação com base na análise de julgamentos anteriores; analisar documentos e petições, identificando padrões e teses, e sugerir documentos e testes.
O SAJ ADV também aprende com o feedback negativo, ou seja, o advogado pode informar as sugestões incorretas e ensinar o sistema a não sugerir tarefas erroneamente.
Como se vê, as atividades repetitivas estão com os dias contatos. Até 2025, a estimativa é de que um, em cada três em empregos, será substituído por softwares e robôs.