Microcefalia, um novo problema de saúde pública

Por | 2016-02-19T16:30:44-02:00 19 de fevereiro de 2016|

Microcefalia é o nome dado ao problema de uma criança nascer com o crânio menor do que é considerado padrão. Embora não se trate de uma doença, a microcefalia indica que o cérebro não está se desenvolvendo como deveria, já que é o crescimento cerebral que faz com que o crânio alcance o seu tamanho normal.

No caso de não desenvolvimento do crânio, com falta de desenvolvimento cerebral, a criança poderá crescer com deficiências físicas e intelectuais em graus variados, embora seja possível uma criança ter microcefalia sem sofrer qualquer problema mental.

O cérebro ainda é um órgão bastante misterioso para a medicina e, embora muitas crianças tenham se desenvolvido melhor do que as previsões médicas, a microcefalia que surge atualmente como uma epidemia tem preocupado não só os órgãos públicos brasileiros, como de praticamente todos os países da América.

Zika Vírus e Microcefalia

A provável ligação do zika vírus com casos de microcefalia e sua disseminação, principalmente no Nordeste Brasileiro, inicialmente, passando a outros países sul-americanos e com aparecimento de casos em países da América Central e do Norte, fizeram com que o zika vírus se tornasse uma emergência de saúde pública internacional.

A Organização Mundial de Saúde convocou um grupo para estudar o problema e encontrar soluções imediatas, já que a estimativa é que o número de casos nas Américas possa chegar a 4 milhões, somente neste ano de 2016.

Para a Organização Mundial da Saúde, o aumento de casos de microcefalia e suas complicações neurológicas futuras criaram uma situação extraordinária, não só no Brasil, mas também alertando todas as nações do mundo onde o mosquito Aedes Aegypti possa se propagar. Trata-se, portanto, de uma ameaça para a saúde pública mundial.

Estudos e Vacinas relacionados à Microcefalia

Este é um dos raros casos em que há uma concordância internacional, com iniciativas para fazer frente ao zika vírus. O desenvolvimento de vacinas e de testes confiáveis, a imunização da população nos países mais afetados e a busca de meios de erradicação do Aedes aegypti têm criado equipes nas mais diversas regiões, todos em busca de uma solução que atenda não só as populações locais, mas que se estenda pelas nações que possam ser vítimas do zika vírus.

Por enquanto, o zika vírus é suspeito de causar a microcefalia, e esse é o primeiro trabalho que está sendo desenvolvido pelas equipes de pesquisadores. Caso seja comprovada essa relação, todas as forças devem se voltar contra o Aedes aegypti.

A importância da tomada de medidas preventivas não deve esperar que seja comprovada a ligação entre o mosquito, o zika vírus e a microcefalia. Principalmente, porque existe também a suspeita de que o zika vírus, a exemplo do HIV, pode ser transmitido por pessoas contaminadas nas relações sexuais, o que o torna um inimigo mortal para a humanidade.

Os estudos para comprovar a relação entre o zika vírus e a microcefalia estão no início e, segundo os pesquisadores, são estudos muito complexos, que podem levar tempo para terem uma conclusão, já que envolve a comparação de grupos populacionais onde houve casos de microcefalia e grupos em que não houve problemas.

De qualquer maneira, ante a perspectiva de uma pandemia, as diferenças culturais e sociais devem ser esquecidas. Um mal maior do que conceitos e preconceitos está se apresentando e deve ser derrotado.

E você? Acha que falta alguma iniciativa das autoridades?