Julgamentos famosos #2: caso Isabela Nardoni

Por | 2016-03-05T09:00:34-03:00 5 de março de 2016|

O Caso Isabela Nardoni teve como vítima a menina Isabella de Oliveira Nardoni, de 5 anos de idade, que foi arremessada do sexto andar do Edifício London, na Vila Guilherme, em São Paulo, na noite de 29 de março de 2008.

O caso teve grande repercussão pelo Brasil todo, tendo como réus Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, o pai e a madrasta da criança.

O caso

Isabella foi encontrada ferida depois de ter sido jogada de uma altura de seis andares, chegando a ser socorrida pelos bombeiros, mas morrendo a caminho do hospital.

O pai da menina afirmou que o prédio tinha sido assaltado e que a menina teria sido jogada por um dos bandidos. Entretanto, com a investigação ficou constatado que a tela de proteção da janela do apartamento foi cortada para que a menina fosse jogada e que havia marcas de sangue no seu quarto.

Depoimentos e perícia

Os depoimentos do pai e da madrasta, durante as investigações, foram mantidos sob sigilo, em virtude da repercussão do cas, e os dois acusados foram mantidos em prisão temporária, por ordem do Ministério Público de São Paulo.

Em virtude dos depoimentos, que apresentaram contradições, tanto o pai quanto a madrasta foram declarados como os principais suspeitos pela morte de Isabella.

A perícia inicial revelou que a causa da morte foi parada cardiorrespiratória, com evidências claras de asfixia ou sufocamento, contradizendo as afirmações de Alexandre Nardoni.

Além disso, foram encontrados vestígios de sangue no apartamento, nos dormitórios, no corredor, na maçaneta da porta de entrada e no lençol da cama, onde ele disse ter colocado a menina adormecida. Isabella ainda apresentava fratura de osso em um dos punhos, ainda enquanto estava viva, trauma no crânio, língua entre os dentes e lesões no coração e no pulmão, indicativos de que teria sido asfixiada.

O julgamento

O julgamento de Alexandre Nardoni e Ana Jatobá demorou 5 dias, tendo sido transmitido por todas as redes de televisão, algumas ao vivo, através de locução.

O júri considerou o casal culpado por homicídio triplamente qualificado, por crueldade, por incapacidade de defesa da vítima e por alteração da cena do crime e fraude processual. Por decisão do juiz, ambos não puderam recorrer da sentença em liberdade, para garantia da ordem pública.

Os réus foram condenados por homicídio doloso qualificado. Alexandre Nardoni foi condenado a 31 anos, 1 mês e 10 dias, já Ana Jatobá 26 anos e 8 meses.

Depois do julgamento, o advogado de defesa recorreu da sentença, mas o juiz, 10 dias depois do julgamento, negou o pedido de recurso para novo julgamento por júri popular e anulação da condenação, argumento defendido pela defesa com base no período anterior do caso à mudança do Código de Processo Penal, que extinguiu o chamado protesto por novo júri.

Repercussão Nacional

O caso repercutiu muito, inclusive na imprensa, que emitiu muitas críticas sobre sua condução. Um programa chegou a exibir imagens de Alexandre bebendo num bar, supostamente no mesmo dia do crime. Houve também a afirmação de um jornalista de que a verdadeira assassina teria sido a madrasta, numa descoberta que teria vindo de um telefonema ouvido pela polícia.

O casal  continua preso.

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