Em 2016 foi estabelecido o Ano da Mulher Advogada, como uma justa comemoração à Mulher Operadora do Direito, o nome real atribuído à data anual em que se comemora o Dia da Mulher Advogada, 15 de dezembro.
Na luta pela igualdade de direitos, as mulheres advogadas avançaram bastante nos últimos anos, mas ainda há muita luta pela frente, por isso, a importância de manter na agenda nacional datas e eventos dedicados à questão, que relembrem as conquistas e ajudem na reeducação da sociedade.
A primeira advogada brasileira: Myrthes Gomes de Campos
Em datas tão importantes para a advocacia brasileira quanto essa, é importante ressaltar mulheres que lutaram para garantir um melhor lugar na sociedade intrinsecamente, inclusive, no meio jurídico. Myrthes Gomes de Campos é uma delas.
No século passado, a mulher não contava com direitos básicos consolidados na sociedade e, por um bom tempo, estiveram proibidas de estudar. Depois, aquelas que desejavam estudar não eram vistas com bons olhos, por isso, mesmo estudando, não sabiam se conseguiriam exercer a profissão escolhida.
A luta pela emancipação da mulher na advocacia foi liderada por Myrthes Gomes de Campos, que se tornou a primeira mulher a se tornar advogada e a exercer essa profissão na história do Direito brasileiro. Ela enfrentou durante sua vida todos os preconceitos e o conceito de que o trabalho de advogados era privilégio masculino, tendo sido uma pioneira na luta pelos direitos femininos, lutando pelo voto da mulher e pela defesa da emancipação jurídica feminina.
Além de ter sido funcionária da Justiça, Myrthes também se tornou a primeira mulher advogada a ingressar no então Instituto da Ordem dos Advogados do Brasil, atual OAB.
Mesmo tendo concluído o bacharelado em 1898, no século XIX, portanto, em razão do preconceito contra a mulher, somente em 1906 conseguiu se legitimar profissionalmente, ingressando no então Instituto, ainda hoje uma condição básica para exercer a advocacia.
Seguindo os passos dessa pioneira, outras mulheres se formaram no Direito e hoje temos praticamente a maioria de estudantes do sexo feminino estudando para lutar pelo direito e pela Justiça.
Neste 15 de dezembro não só devemos homenagear, mas também respeitar a mulher advogada que, além de lutar pelos direitos de quem precisa, precisa continuar lutando para manter os direitos conquistados e combater o machismo ainda evidente em nossa sociedade.