De acordo com a Boa Vista Serviços, os pedidos de falência no território brasileiro foram 13,6% maiores no período de Janeiro até Setembro de 2015, em comparação a Janeiro até Setembro de 2014. E os números assustadores não param por aí: a quantidade de solicitações de falência no mês de Setembro de 2015 foi 9.0% maior que em Agosto de 2015 e 9,6% maior em comparação ao mês de Setembro de 2014.
Nos três primeiros meses deste ano as falências decretadas foram 22,6% maiores que as decretadas no mesmo período do ano passado, já os pedidos de recuperação judicial e as recuperações deferidas registram 42,1% e 41,7% de aumento no acumulado do ano.
O que originou o aumento dos pedidos de falência?
É notório que o país está passando por uma crise política e econômica e não é à toa que os números têm se mostrado cada vez mais altos quando o tema é registro de falências. A atividade econômica está cada vez mais enfraquecida, o que resulta na grande dificuldade que as empresas têm de manter o preço e acaba por elevando-os.
É possível constatar que os empréstimos para capital de giro estão cada vez mais escassos e que taxas e juros são absurdamente altas, o que só piora o quadro econômico. O cenário se agrava ainda mais quando não tem a mínima expectativa de que esse quadro se modifique positivamente nos próximos meses, ao contrário, segundo a Boa Vista S/A a tendência é que os números de falência aumentem cada vez mais e que o ano de 2015 encerre com dados maiores que os respectivos de 2014.
Pedidos de falência por porte das empresas
Lembrando que o números a seguir se referem, além dos pedidos de falência, às falências decretadas, pedidos de recuperação judicial e recuperações judiciais decretadas.
Os três trimestres de 2015 registraram números diversificados nos portes das empresas no que diz respeito às distribuições de falências e recuperações judiciais. Tais números foram apontados segundo os critérios adotados pelo BNDES relativo aos portes, para maior esclarecimento pode-se notar que as empresas de pequeno porte, que representam cerca de 85% dos pedidos de falências e 92% das decretadas.
Já nas empresas de médio porte marcam 12% nos pedidos de falência e 7% nas falências decretadas. Ainda nelas, os pedidos de recuperação judicial somam 8% e as recuperações judiciais deferidas 10%.
Nas empresas de grande porte os pedidos de falência são menores, se comparados as demais, apenas 3%. Já o percentual de falências decretadas 1%, pedidos de recuperação judicial 2% e recuperações judiciais deferidas 1%.
Falências e recuperações judiciais por setor
Já na divisão por setor da economia temos os registros dos três (Indústria, Comércio e Serviços) com altos índices também.
O setor de serviços foi o que mais se destacou na tabela em que os casos de pedidos de falência pontuam 41%. As falências decretadas somam 40%, os pedidos de recuperação judicial 42 % e as recuperações judiciais decretadas alcançam 43%.
No setor industrial os pedidos de falência chegam a 34% e os de falência decretadas a 24%. Os pedidos de recuperação judicial marcam 27% e as recuperações judiciais decretadas também 27%.
No setor do comércio é possível notar que os pedidos de falência são de 25%, enquanto que as falências decretadas alcançam 36%. Os pedidos de recuperação judicial 31% e as recuperações judiciais chegam a 30%. Nota-se então que o setor de serviços se destacou nos pedidos de falência (41%), já que o setor do comércio registrou 25 % dos casos.
É possível notar como os setores registraram percentuais distintos, o que mais causa preocupação é saber que esses números podem subir até o final do ano vigente e que podem até mesmo alcançar índices nunca vistos antes na economia. Por isso, o estudo de casos se faz tão importante e necessário para que haja equilíbrio econômico.
O que você pensa sobre esse quadro? Acha que, de certa forma, beneficia o mercado jurídico?