A informatização do Poder Judiciário, certamente, está exigindo novas competências por parte dos advogados. Essas novas tendências, com o avanço tecnológico, devem ser vistas como um processo de transformação, que está afetando toda a sociedade, e os advogados devem acompanhar essas mudanças.
Para entender o que o avanço tecnológico vem provocando na área jurídica e como os advogados devem reagir, podemos fazer uma pequena retrospectiva, desde os tempos em que nem havia máquina de escrever.
Antes da máquina de escrever, para exercer sua profissão o advogado precisava apenas ter a formação acadêmica, ou seja, o curso de Direito. Nessa fase da história da advocacia, as petições e todas as peças produzidas pelos advogados deviam ser elaboradas à mão, com uma letra bastante legível e ser encaminhadas ao Poder Judiciário para produzir seus efeitos.
Era da máquina de escrever no cenário jurídico
Evidentemente não podemos comparar o avanço tecnológico atual com a invenção da máquina de escrever, mas devemos entender que, na época, esse equipamento criou uma verdadeira revolução na apresentação de petições.
O Poder Judiciário passou a exigir tudo escrito em máquina de escrever, tanto para facilitar a leitura quanto para gerar uma padronização dos processos.
Como o avanço tecnológico é constante, as máquinas de escrever manuais passaram para as máquinas elétricas, muito mais rápidas e oferecendo estética mais avançada. Assim, novamente, o Poder Judiciário se adequou a nova situação, exigindo melhor formatação, maior capricho nas peças e os advogados se atualizaram.
Internet: estamos em meio ao avanço tecnológico
Com a informatização, novas ferramentas influenciaram e começaram a transformar o comportamento da sociedade, incluindo as práticas jurídicas. Os tribunais e os próprios advogados se viram obrigados a investir na modernização das práticas processuais.
A internet revolucionou ainda mais as práticas jurídicas e tudo começou a acontecer de uma forma mais rápida, mostrando que o processo de avanço tecnológico é irreversível.
Agora, os profissionais do Direito e o próprio Poder Judiciário estão se adaptando e tendo a necessidade de se qualificar para uma nova tendência: usar o mundo virtual para as práticas advocatícias.
Como em qualquer outra atividade, as coisas não param apenas na internet. Hoje estamos vivenciando a era da robótica que, certamente, vai criar a maior revolução já vista no mundo jurídico.
Começamos com as lawtechs e legaltechs, com novos sistemas e serviços para os advogados, facilitando o andamento de cada profissional ou de grandes escritórios de advocacia.
Após isso, é bastante difícil prever o que pode acontecer e, para isso, o advogado deve estar preparado. Não podemos discutir como os advogados estão reagindo a esse avanço tecnológico: da mesma forma como houve adaptação no passado, é necessário utilizar os meios disponíveis para evoluir juntamente com eles.
Alguns filmes de ficção científica colocam a tecnologia incorporada às máquinas, mostrando desde já que precisamos analisar a possibilidade de termos um robô como juiz. Pode ser ficção no momento, mas já existem sistemas que podem determinar uma sentença.
Mesmo com controvérsias, é um cenário factível e o advogado deve estar preparado para as novas situações. Se hoje já é possível conviver com computadores que podem elaborar sentenças simples e pequenas soluções jurídicas, devemos encarar as máquinas como parte de nosso cotidiano,
Entendemos que não há retorno: o avanço tecnológico já está totalmente integrado ao Direito, beneficiando de forma significativa a vida dos advogados. Para encarar essa nova realidade, só precisamos entender que o homem advogado não poderá ser substituído: ele sempre será necessário. Tudo o mais vem para facilitar.