Pesquisar livros escritos por mulheres do Direito não é uma tarefa fácil. Afinal, o Direito sempre foi uma área dominada por homens e só nos últimos anos as mulheres vêm conseguindo mudar este quadro, de fato.
Apesar das dificuldades que as mulheres sempre encontraram no ambiente acadêmico em geral, na história do Direito, sempre houve mulheres de destaque, lutando para garantir a igualdade de gênero. Listamos algumas obras delas:
Mulheres na advocacia de Patrícia Tuma Martins Bertolim
O livro tem como tema o teto de vidro encontrado pelas mulheres nas maiores sociedades de advogados e dos problemas enfrentados por essas profissionais, que acabam dificultando sua ascensão, quase sempre vinculados à maternidade.
O texto também analisa as estratégias utilizadas por mulheres que conseguiram superar essas dificuldades. O respaldo foi fornecido por entrevistas com 32 profissionais, de ambos os sexos, das dez das maiores sociedades de advogados de São Paulo.
Trata-se de uma obra inovadora e indispensável a quem deseja conhecer as transformações pelas quais a advocacia no Brasil tem passado, a partir das últimas décadas do século 20.
Um dos pontos fundamentais da obra é a feminilização da advocacia no Brasil, como vem acontecendo em diversos outros países. Hoje, as mulheres já são maioria entre os estudantes de Direito e também formam a maior parte dos profissionais da advocacia nos estágios iniciais da carreira, mas ainda continuam sendo minoria nas sociedades de advogados. É sobre esse teto de vidro, uma barreira invisível que impede a maior parte das mulheres de ascender aos postos mais altos da empresa, que o livro trata.
Executiva do Lar de Samantha Sweet
Um livro que certamente agrada, principalmente, as mulheres advogadas. Trata-se de uma obra leve, divertida, mas que, ao mesmo tempo, leva o leitor a refletir sobre suas prioridades.
O texto conta a história de uma advogada workaholic que trabalha em uma das maiores firmas de advocacia de Londres. Acostumada a lidar com contratos milionários e negociações complexas, acaba descobrindo que não consegue manejar sequer um aspirador de pó. Como precisa aprender a lidar com tarefas cotidianas, acaba se envolvendo em situações das mais engraçadas.
Não há silêncio que não termine de Ingrid Betancourt
Candidata à Presidência na Colômbia, Ingrid Betancourt foi presa pelas Farcs, passando sete anos na selva amazônica. Durante quatro anos esteve presa a uma árvore por uma coleira.
O livro conta sua experiência como prisioneira e, mesmo em meio a tanto sofrimento, sua luta e resiliência para não se deixar prender dentro de sua própria mente, mesmo assistindo a loucura de outros prisioneiros ao seu redor.
As mulheres do Direito brasileiro de Marta Maciel Savio e Marcos Luiz de Souza
O livro destaca advogadas, juízas, delegadas e promotoras que ajudaram a construir a história do Direito no Brasil. A obra tem início com o perfil de Myrthes Gomes de Campos, a primeira a exercer a profissão de advogada no Brasil. Tendo concluído o curso de Direito em 1898, apenas em 1906 conseguiu ingressar no quadro do então Instituto dos Advogados do Brasil.
Depois são retratados outros exemplos de expoentes no Direito, mulheres do Judiciário, advogadas e delegadas.
O projeto foi apresentado pelo jornalista Radamés Vieira e por Jorge Savio, diretor da editora Altadena, tendo a supervisão das advogadas Dea Matozinhos, Margarida Pressburger e Rosa Fonseca, que também são retratadas por seu pioneirismo em suas áreas de atuação e sua luta em favor dos direitos femininos.
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